Ninguéns da Eternidade
- Gameverna
- Apr 6, 2020
- 3 min read
Updated: May 5, 2020
Uma breve análise ao Eternal Champions.

A SEGA queria muito entrar na corrida dos jogos de luta depois de Street Fighter II e Mortal Kombat terem sido um sucesso imenso na Mega Drive. Para isso, criou o Eternal Champions, será que vale alguma coisa? Tinha ideia de ser um título muito mauzinho, e nem fazia ideia que era mesmo da SEGA. Lançado na Europa em 1994, Eternal Champions não chega às arcadas e vai direitinha para a Mega Drive. É sem dúvida um jogo capaz de dividir opiniões, apesar de ter aspectos bastante negativos também tem algumas valências interessantes.

Para começar devo dizer que fiquei agradavelmente surpreendido com os gráficos e animações, cheios de cores e cenários vibrantes. Outra coisa também de notar é que não se limita a ser um clone de Street Fighter, tendo um leque de mecânicas diferentes que o distinguem fácilmente. O jogo é relativamente difícil se não souberem o que estão a fazer, é mesmo necessário aprenderem os movimentos especiais dos personagens. Para isso foi incluído um modo de treino, algo não muito comum na época. Esses movimentos especiais vão gastando poder, e quando chega ao fim só depois de o recuperar-mos é que podemos voltar a executá los. Os movimentos especiais já agora não são o típico como em Street Fighter, são até em muitos casos mais complexos. Outra coisa interessante, e que por aqui se nota que foi um jogo desenvolvido com o mercado das consolas em mente, é a ausência de um modo arcade, embora exista algo parecido e mais modos de jogo do que normal para a época.

Mas o que posso dizer que bom fica por aqui. A jogabilidade de todos os fighters é demasiado presa e existe demasiada latência entre o input e a acção no ecrã. Nada a ver com o estilo mais frenético de outros jogos do mesmo género. Se não tiverem um comando de 6 botões esqueçam, é mais um daqueles jogos que precisam de carregar no start para alternar entre murros e pontapés, mas até Street Fighter II é culpado disto. Depois o outro grande problema é os personagens jogáveis, são todos horríveis, nenhum deles tem personalidade, cada um é mais genérico do que o outro. O intuito é cada personagem representar uma época do passado, daí o eternal no título, mas acho que nenhum representa decentemente o que é suposto. Um exemplo simples, o personagem que mais gostei de jogar é o Xavier, ya, Xavier… Proveniente de Salem, onde era um ferreiro. I mean what the fuck? Salem é conhecido por bruxas amigos, não pelos ferreiros. Depois há uma personagem de nome Shadow que é uma assassina Japonesa de 1993. Ok, presumo que assassinos japoneses em 1993 tenha sido uma granda cena. Império romano? Um mongol? Nepia, mete mas é uma assassina japonesa de 1993. Legit as fuck. Enfim o rooster é uma cena super desinteressante.

Ainda assim não foi uma má experiência, como disse o jogo faz algumas coisas bem. Creio que se o combate tivesse imitado mais descaradamente a concorrência que havia tido tanto sucesso, e tivéssemos um set de personagens realmente interessantes, podiamos estar perante um bom jogo de luta. Há também uma versão para a Mega-CD mas pelo que vi é muito idêntica em termos de jogabilidade, mas existem mais personagens, o que sinceramente pela amostra deste não me deixa com grande vontade de as explorar.
Gameverna 06/04/2020
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