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Insosso... Mas é de 2021 e está no Gamepass!

  • Writer: Gameverna
    Gameverna
  • Mar 29, 2021
  • 4 min read

Embora tenham sido lançadas em Novembro, as novas consolas da Microsoft ainda não tinham nenhum exclusivo até ao lançamento de The Medium. Lançado a 21 de Janeiro de 2021, este jogo da Blooper Team (Layers of Fear, Observer, Blair Witch) chegou com alguma antecipação para os detentores destas novas consolas. É também importante referir que no primeiro dia estava no Gamepass, que cada vez mais se cimenta como um serviço obrigatório para todo o tipo de jogadores. Por esse motivo é normal que muita gente tenha experimentado The Medium apesar de ser um IP novo, ainda por cima porque estava também disponível no PC, multiplicando imenso o público com acesso ao jogo. Foi exatamente no PC que joguei, e o único entrave que vejo para não ser jogado é os requerimentos de hardware que, sinceramente, não são simpáticos. O meu computador não é mau, sendo que tem uma 2060, um i7 9700 e 32gb de ram, e mesmo assim não tive uma performance ideal, apesar de ter baixado várias características gráficas, o que mostra pouca optimização para esta plataforma.

O pior é que apesar de ser necessário um hardware considerável, não vi nada de absolutamente espectacular. Tem os seus momentos sim, e o ray tracing ainda faz vista por ser uma tecnologia relativamente recente, mas há jogos graficamente mais impressionantes a todos os níveis. Só não posso deixar de dizer que em termos de arte conceptual tem algumas coisas interessantes. Se não surpreende ao nível visual, então e a outra parte da palavra audiovisual? Não me lembro, o que é uma pena, poderia ter sido algo para quebrar o aborrecimento. A maior parte das vezes The Medium acaba por ser um walking simulator, que não é um problema, gostei muito do Dear Esther. Mas depois mete algumas mecânicas pelo meio que estão todas subdesenvolvidas. A nossa personagem, a Marianne, é uma médium que consegue visualizar e interagir com um mundo espiritual. Devido a esta habilidade, podemos não só atravessar de uma realidade para a outra mas também estar “nas duas ao mesmo tempo”. Este era o selling point deste título, e a razão para não poder estar na antiga geração de consolas, renderizar os dois mundos em simultâneo não era possível nas mesmas. Qual é o resultado final? Bem, mais valia não acontecer. Ao longo do jogo vamos poder interagir com alguns espelhos, estes transportam-nos para a dimensão espiritual ou para a normal. Esta mecânica, apesar de não inovadora, funciona bem e é interessante ver os mesmos cenários nos dois planos. Pelo que não percebo a inclusão da mecânica de dividir o ecrã e ver os dois planos em simultâneo. A verdade é que funciona pior, porque facilmente nos perdemos num dos planos. Pelo menos eu acabava por me focar só num deles, ficava confuso e perdia possíveis interacções com os cenários num ou noutro plano por ser impossível olhar para os dois ao mesmo tempo.

Não fosse a inclusão desta particularidade, seria possível o jogo ter saído na PS4 e Xbox One, o que me parece que podia ter sido uma opção bastante melhor, até porque isto só é utilizado esporadicamente. Além disto, existem “puzzles”, e escrevo entre aspas porque são tão básicos que dificilmente se pode considerar como tal, e utilizamos uns poderes aqui e ali para passar uma ou outra situação. Como disse em cima, são mecânicas muito vazias e que oferecem muito pouco ou nada. O que senti é que esses momentos estavam a meter-se entre mim e o resto da narrativa, que acabou por ser o ponto mais positivo de The Medium. Mas nem aqui é tudo categoricamente bom. Primeiro porque o desenrolar da mesma só começa a ficar interessante a partir da segunda metade do jogo, depois por se poder tornar confusa ou mesmo imperceptível se não lermos com atenção os documentos que podemos, ou não, encontrar pelo cenário, e terceiro porque o fim é muito fraco. Tenta manter um suspense e ficar aberto a interpretação, mas para mim foi só desprovido de interesse. Ah, mas há outra coisa fixe, é que podemos dar de comer a animais. Mas só podemos duas vezes! Que desilusão, foi o ponto alto a meu ver.

Tendo em conta que este é um jogo de horror psicológico, ou assim era suposto, esperava também sentir aquele pontual desconforto, aquele stress incómodo… Mas não. Durante todo o jogo não consegui ficar assustado, stressado, nada, foi também vazio nesse aspecto. Bem, parece que estou só aqui a cascar no jogo, e não é propriamente mentira, mas não é um jogo mau, é só desabitado de algo que o distinga, ou que faça dele algo realmente interessante. A experiência do início ao fim foi muito linear no que toca a emoção, e a algo atractivo e aliciante para nos fazer continuar. Com o facto de o jogo estar aliado ao Gamepass eu diria que apesar de tudo, vale a pena experimentar, até porque só dura umas 7 ou 8 horas do início ao fim. Se não fosse isso, presumo que fosse um fracasso de vendas. Honestamente preferi o Blair Witch, o jogo anterior da produtora, e é mais um caso que se não estivesse no Gamepass… não sei se teria mantido a empresa à tona.

Quero só acabar, porque acho importante, por dizer que estes jogos medíocres podem ser favoritos de muita gente por um ou outro motivo. Lembro-me nos RPGs de casos como o Risen, ou mais recentemente o Greedfall, que para mim são muito encantadores apesar de todos os seus problemas. O Gamepass pode ser uma plataforma importantíssima para este tipo de experiências continuar a existir, neste mundo onde o desenvolvimento de videojogos é caríssimo, e onde as empresas dificilmente podem tomar estas iniciativas. The Medium para mim não foi um jogo interessante, mas quem sabe pode ser para vocês, portanto se têm Gamepass não deixem de experimentar.

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