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57 minutos e 4 golpes

  • Writer: Gameverna
    Gameverna
  • Dec 6, 2020
  • 4 min read

Godzilla

Quando era puto chegou-me às mãos, de alguma maneira, o filme Godzilla de 1998. O primeiro a ser feito pelos amigos americanos, ou seja, já na altura começava a faltar a criatividade naquele pedaço de terra. Já há vários anos que muitos filmes incríveis do cinema asiático, são horrivelmente traduzidos para uma versão americana. Olá Old boy, olá The Grudge… estou a olhar para vocês. O único que vi que valeu a pena foi o The Departed, remake do fantástico Infernal Affairs, mas também era difícil estragar aquele plot, ainda por cima o Di Caprio e o Jack Nicholson estão presentes. Mas voltando a 1998, apesar de aparentemente as pessoas acharem que esse filme de Godzilla é lixo, eu na altura curtia bué, mas não o vejo há muitos anos, e acho que estou bem assim. Mas é inegável o sucesso da série no japão onde saiu um monte de filmes desde os anos 50. Não só isso, mas Godzilla faz aparições em pelo menos mais 1700 filmes. Godzilla no japão é tão popular que começou, em 1954, a febre dos filmes Kaiju, onde uma criatura gigante destrói tudo que aparece à frente. Em 2014, ano em que este jogo foi lançado, chega também um novo filme americano denominado Godzilla, novamente. Aparentemente este é bastante melhor que o de 1998 mas ainda não o vi, apesar de ter o Blu-Ray… hummm ok já sei o que fazer depois deste texto. Isto tudo para dizer que apesar de não me poder considerar um fã de Godzilla, é um monstro que conheço desde miúdo e pelo qual tenho um certo apreço.

Apesar de a maior parte das pessoas considerar este jogo um excremento do tamanho do Godzilla, devo dizer que tal como pelo monstro, consegui ter o mesmo sentimento de apreço. Depois de ter acabado o Marvel's Spider-Man queria um jogo curto. Porquê? Porque faltam 4 dias para sair o Cyberpunk 2077 e é exatamente isso que quero fazer a partir do dia 10. Ao olhar para a prateleira vi Godzilla e pensei “tenho isto à uns bons anos e nunca lhe peguei, é agora”. Usei o HowLongToBeat só para ver quanto tempo poderia, em média, demorar a acabar o mesmo e vi uns estonteantes 57 minutos. Em 2014 isto era uma cena irreal, em 2020 então… como tal a curiosidade foi demasiado forte. Meti o jogo na consola e tive uma das experiências mais surreais dos últimos tempos. Mesmo para 2014 Godzilla é um jogo com mecânicas de PS1 e visualmente parece um jogo de PS2 que cheirava a PS3. A jogabilidade é uma espécie de tank controls mas ainda pior, para vos dar um exemplo temos de usar o L1 e o R1 para virar Godzilla, em 2014! Mas até se percebe porque, é suposto ser desajeitado, é suposto sentir que estamos a comandar um monstro colossal. Percebo a ideia mas, é tão estranho que para a maior parte das pessoas não passa de ser simplesmente mau.

O que podemos fazer é também limitado, durante os níveis temos de destruir geradores de G-Energy, porque aparentemente esta energia foi criada graças ao Godzilla e o mesmo adora comer estes geradores. Estes encontram-se numa zona muito limitada, e ainda bem porque andamos tão devagar que qualquer mapa maior seria um tédio. Nessa mesma zona há prédios para mandar abaixo que os nossos 4 golpes possíveis, mas também há helicópteros, tanques e outros equipamentos militares. Estes nem fazem cócegas ao nosso colosso e não são uma ameaça minimamente significativa. Já a presença de outros Kaiju tão grandes como Godzilla podem ser um problema, principalmente quando são tão broken que se nos apanham é game over. Isto leva à única táctica que necessitei durante o jogo, manter a distância, de resto é carregar quadrado até destruir o cenário. E é isto, 4 ataques, destruir o cenário e matar os Kaiju que aparecem.

Porque é que só dura 57 minutos? Lembram-se de Outrun? Conforme vão avançando podem escolher ir para a esquerda ou direita e vão ter mapas diferentes. Aqui é exatamente o mesmo tipo de progressão. Existe replayability claro, mas é um jogo muito simples, tão simples que me faz lembrar um jogo de arcade, só que em 2014, e na PS4. Enquanto dura sinceramente até é um jogo engraçado, mas três playthroughs pelo modo principal (God of Destruction), foram suficientes. Há outros modos onde podemos controlar outros Kaiju, mas são muito superficiais. Fiquei com a sensação de ter jogado uma sequela de King of the Monsters 2, um título arcade muito divertido na library da Neogeo, e ao qual tive acesso por emulação com o NeoRageX no início do novo milénio. Este é um jogo simples e medíocre, mas ainda assim acho que tem um certo charme, e gostei do tempo que passei com ele. Numa última nota, para minha surpresa, este jogo é aparentemente bastante colecionável. Numa breve pesquisa parece que o jogo vende (sold listings) por uma média de 150£. Digo-vos já que não vale a pena, e parece ser dos poucos desta plataforma que chega a estes valores. E sim, descartando tudo o que é releases propositadamente limitados, por empresas que se aproveitam da alienação de alguns humanos para fazerem dinheiro.

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