Aqui a Qualidade é Fantasia
- Gameverna
- Apr 6, 2020
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Updated: Apr 7, 2020
Uma breve análise ao Fantasia

Quando era pequeno chegou-me um jogo da Mega Drive às mãos, emprestado por um amigo, chamado World of Illusion. Se conhecerem a qualidade devem imaginar que se tornou facilmente um dos meus favoritos na plataforma. Foi com esse título e com outros como Aladdin e The Lion King que conheci o mundo dos jogos da Disney como sendo, durante a época de 16-bit, todos eles de grande qualidade. Ainda não joguei todos, embora já tenha explorado uma boa parte deles, e faltava-me Castle of Illusion, aquele que é considerado por muitos o melhor de bolo. Foi o que fiz no mês passado e não me desiludiu nem um bocadinho, um platformer de excelência que define o gênero nesta geração, sem dúvida um dos obrigatórios da Mega Drive. Não imaginei que Fantasia pudesse ser o total oposto, mas infelizmente é.

Ao contrário do Castle of Illusion e World of Illusion que foram produzidos pela própria SEGA (AM7), este Fantasia chega pelas mãos da Infogrames. Quem me dera que assim não fosse, nada contra a Infogrames que até nos trouxe bons títulos, mas a qualidade deste deixa muito a desejar. Em termos gráficos é talvez o departamento onde haja menos a apontar, é tudo muito colorido e embora os cenários sejam simples, são agradáveis à vista. Penso que qualquer criança, que seria o público alvo destes jogos na altura, ficaria agradada com o aspecto do jogo. No entanto a frustração rapidamente viria ao de cima, e creio que essa mesma criança não tivesse grande interesse em Fantasia passado alguns minutos. Todas as acções que vocês executam no comando demoram demasiado, é fácilmente notório a demora que existe entre o input e a acção no jogo. Isto num jogo de plataformas é a morte do artista. Se estivéssemos a falar de um RPG por turnos era passável, agora aqui elimina qualquer prazer à jogabilidade. Qualquer salto que façam não consegue ser preciso e bem calculado, para piorar a situação os developers acharam que era boa ideia ter plataformas que se mexem de forma aleatória. Vai-se lá saber quem foi a alminha que teve tal ideia mas o que conseguiu foi fazer ainda pior. Ou seja, sendo que a jogabilidade não é boa, um level design exigente foi uma péssima ideia.

Depois há o problema dos inimigos, são normalmente muitos, mais do que devia certamente. O que, aliado aos níveis exigentes, torna-se uma dor de cabeça ainda maior. Temos acesso a magia com a qual podemos livrarmo-nos deles, mas esta é extremamente limitada com apenas uma ou duas utilizações. Depois disso, só saltando em cima como é comum nestes jogos, mas com uns controlos tão pouco precisos torna tudo muito mais difícil. É sem dúvida uma pena porque existia, sem dúvida, potencial para termos um jogo que fazia justiça àquela que é uma das maiores obras da Disney. Mas não aconteceu, até agora é o pior jogo da Disney que joguei na Mega Drive, ainda me faltam alguns, mas do que sei dúvido que algum me desiluda tanto.
Gameverna 06/04/2020
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