A via láctea merecia melhor
- Gameverna
- Apr 8, 2020
- 3 min read
Uma breve análise a Galaxy Force II

Na mesma onda de Space Harrier ou After Burner, a SEGA fez chegar até às arcadas o Galaxy Force em 1988. Passados apenas 2 meses foi lançado um Kit de conversão que se intitulava Galaxy Force II, que não é uma sequela mas sim um update. Na grande maioria todas as versões de Galaxy Force são baseadas neste update. No entanto não desesperem à procura do original como eu, porque basicamente é isto menos uma ou outra coisa. Galaxy Force foi, na altura do seu lançamento em 1988, muito falado pelos excelentes gráficos, algo que deve ter ficado pela versão das arcadas. Aqui vamos olhar um pouco para a versão que chegou à Mega Drive em 1990.

Devo admitir com o primeiro minuto que passei com Galaxy Force II foi um misto de confusão com familiaridade. Quando era puto, à frente do ecrã do meu 386, um dos títulos que mais joguei for o After Burner, que é em muito similar. Mas há aqui algumas diferenças cruciais. Primeiro é a maneira de disparar, temos um laser automático e os “mísseis” aos quais temos de fazer primeiro lock on nos inimigos e podemos disparar 4 de cada vez. Um pouco similar ao que acontece no Panzer Dragoon embora o lock on seja muito mais vago e menos baseado na nossa precisão. A energia da nossa nave vai-se desgastando mas também conta como combustível, portanto podemos ter o ecrã de game over sem sermos atingidos por um míssil vindo do nada, mas também porque ficámos sem combustível. Em qualquer um dos casos ficamos perdidos na infinidade da galáxia, composta por 5 níveis que se dividem em duas partes, ou duas e um quarto vá.

Cada nível tem duas secções, uma de combate “na superfície do planeta” e posteriormente invadimos a base do inimigo, que, na versão de Mega Drive é a cena mais anti-climática de sempre. São só um conjunto de 4 paredes da mesma côr. Depois existe uns 5 segundos de uma terceira fase onde matamos o boss do nível, mas este é sempre igual e não tem challenge nenhum, é só disparar para o centro e está feito. Tocando um pouco nos gráficos há três coisas a apontar. Primeiro a perspectiva da nave acho que é mal conseguida, não nos dá uma visibilidade decente para o que se aproxima. Segundo são os gráficos de um modo geral, não que isto seja um problema porque temos de ter em consideração as limitações do hardware, mas se compararmos com a versão arcade não tem nada a ver. Apenas refiro este ponto porque a experiência é significativamente pior nesta versão. Há também uma versão para o Commodore 64, nem quero imaginar, Cisco Heat foi injecção suficiente. A terceira é que a movimentação da nave é lenta e não nos dá uma sensação de deslocação no espaço como em After Burner ou Space Harrier, sendo que este último funciona bastante bem neste aspecto.

Galaxy Force II não é um mau título, mas existe sem dúvida melhor nesta plataforma dentro do mesmo estilo. Temos também de ter em consideração que, apesar de não se tratar de um título de lançamento, ainda sai cedo na vida da plataforma, e que, obviamente, sendo um port das arcadas tem os seus shortcomings. Nunca existiu nenhuma sequela mas acredito que pudesse ter sido algo que melhorasse significativamente esta versão. Se acharem piada a Galaxy Force II, experimentem o Space Harrier II também na Mega Drive que acredito ser uma experiência melhor. Se tiverem acesso a uma Sega Saturn e ao Sega Ages Vol.1 existe uma versão muito mais perto daquilo que é a experiência arcade, que será certamente melhor opção para experimentar Galaxy Force II.
Comments