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É terrivel... e ainda bem!

  • Writer: Gameverna
    Gameverna
  • Apr 4, 2020
  • 4 min read

Tive medo, muito medo. Mas é quase tudo o que eu queria

Pensei sinceramente que a série Gothic ia ficar perdida no tecido do espaço tempo, mas em dezembro a THQ Nordic lançou um playable teaser para “saber se há interesse”. Mas estes sócios querem enganar quem? Claro que já estavam a desenvolver o jogo, é super visível se experimentarem o teaser que já há ali muito trabalhinho feito. Marketing à parte, até porque sou péssimo nesse tema, ainda bem que a THQ Nordic não vai deixar morrer o franchise e no mês de fevereiro anunciaram que vão mesmo fazer um remake do Gothic. Mas ao ínicio fiquei muito, muito apreensivo, porque sei lá se a THQ Nordic não ia tentar pegar no franchise e fazer um cover shooter só de arco e flecha? Tudo é possível em nome do belo profit deal no ano de 2020. Mas obviamente que tem de haver lucros, afinal as empresas não são a santa casa. Cheguei tarde a este teaser, esqueci me completamente que tinha saído e só agora experimentei graças a um amigo meu que me relembrou. Sem grande expectativa lá abri o jogo e quando reparei que o motor gráfico era o Unreal Engine 4 ainda fiquei com menos esperança. Não sou de longe um fã do aspecto plastificado que muitos jogos com este motor têm. Cliquei em New Game… “Brace yourselves… vem merda” pensei. Preparei logo o meu coração para ser levado à ruína pelo desrespeito ao material original, e o meu cérebro para dissipar no momento a informação de modo a reter as boas memórias do que passei com os antigos da série.

Mas passados 15 minutos percebi que estava errado, afinal havia aqui respeito sério pelos originais. O motor gráfico está mal otimizado, os gráficos em si apesar de bons são estranhos e cheios de glitches. As expressões faciais são horríveis, faz lembrar uma dobragem brasileira de um filme bósnio. O combate é terrivelmente mau, além de ser super preso e limitado como os antigos agora acrescentaram uma mecânica de defesa ao género de For Honor que ainda piorou mais as coisas. Navegar no mapa, andar, correr, saltar, apanhar itens e etc é no mínimo estranho e desajeitado. Uma banda sonora excelente e apropriada ao mood. Os diálogos continuam cheesy como sempre com expressões exageradas ou uma mão a dar um fixe medieval. Ou seja, tudo o que o outros eram! Incrível, fantástico, estou super satisfeito com esta mediocridade que tantos de vocês vão odiar. Mas há duas coisas negativas e realmente diferentes. Primeiro é a linearidade da exploração da área que nos é apresentada, embora seja pequena e limitada, o que não ajuda. Tenho medo que o produto final seja mais próximo de um Gothic 4 do que de Gothic 3, no entanto, já explico porque ainda tenho esperança neste aspecto. Depois, e numa nota bastante negativa é a navegação de menus e mapa de controlos no geral. Vamos lá ver uma coisa, a série Gothic sempre foi focada no PC, não nas consolas, e independentemente daquilo que se possa argumentar, é um facto que a experiência no PC e nas consolas é diferente. Tal como no PC permite ter experiências que não se pode ter nas consolas devido à presença de teclado e rato, o contrário também é verdade nas consolas devido ao comando, embora se possa utilizar um comando no PC, os jogos não estão normalmente programados para isto. Mas o paradigma mudou, hoje em dia num PC muitos jogos não estão preparados para utilizar um rato e um teclado, sempre achei isto uma ofensa às possibilidades que tal interface permite. Este teaser tem exatamente esse problema. Amigos, eu tenho um rato na mão para apontar aquilo que eu quiser no meu menu, porque raio tenho de andar a navegar num menu complexo com WASD e com o E e o Q e com o Z… what?! Nos diálogos em vez de podemos escolher uma opção com o rato somos obrigados a ter apenas 4 escolhas que representam WADS. Isto simplesmente não é aceitável. Claro que compreendo desenvolver um jogo que poderá estar em todas as plataformas, mas isso não deveria limitar o potencial de uma coisa como uma interface acessível e eficaz ao utilizador, para além de limitar as próprias opções que o jogo pode oferecer. Não me digam que um menu de diálogo tradicional com frases umas a seguir às outras não pode ser navegado com um d-pad para cima e para baixo com eficácia? Epah, claro que pode, ou ninguém jogou Skyrim e Oblivion na 360 ou PS3?

Apesar deste tiro de BFG no abdómen, fiquei tão surpreendido que o bom mau resultado que tive de ir verificar quem estava por detrás disto. Então e não é que para minha surpresa a Piranha Bytes (Gothic; Risen; Elex), que foi a produtora dos outros jogos além do 4, foi comprada pela THQ Nordic e é essa mesma equipa que está por trás deste remake. Excelentes notícias, e é por este motivo que tenho esperança que a linearidade mencionada acima não se mantenha. Não é nada o estilo da Piranha Bytes. Todos os jogos que a empresa produziu são bastante abertos à exploração, não só os títulos Gothic mas também Rysen e Elex. O hype é real para mim, quero muito voltar a jogar mais uma destas experiências que só a Piranha Bytes sabe oferecer, os jogos deles são muito únicos e têm uma personalidade muito própria. Até lá ainda vamos ter certamente de esperar bastante, mas vou estar atento!

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